
Em 1958 Nelson Rodrigues antecipava (aparentemente) sem quer um dos lances mais fantásticos da história do Fluminense.
Ao falar sobre o técnico do Brasil, o gordo Feola, disse: "há uma relação, mas indiscutível, entre a barriga e o êxito, entre a barriga e a glória".
A frase parecia estar escrita para o que 38 anos depois aconteceria: O gol de barriga de Renato Gaúcho, no ano do centenário do Flamengo.
Mas Nelson realmente é profético mesmo 30 anos depois de deixar esse plano. Em 1969, ao vencer o Flamengo na final do Campeonato Carioca, Nelson escreveu... Ou profetizou...
Acreditem: — o Fluminense começou a ser campeão muito antes. Sim, quando saiu do caos para a liderança. “Do caos para a liderança”, repito, foi a nossa viagem maravilhosa. Lembro-me do primeiro domingo em que ficamos sozinhos na ponta. As esquinas e os botecos faziam a piada cruel: — “Líder por uma semana”. Daí para a frente, o Fluminense era sempre o líder por uma semana.
Olhem para trás. Da rodada inaugural até ontem, não houve time mais regular, mais constante, de uma batida mais harmoniosa. Mas foi engraçado: — por muito tempo, ninguém acreditou no Fluminense, ninguém.
Olhai. Foi o que aconteceu. Não foi apenas um caos. Foram vários. Em 99 o fundo do poço. Em 2009 a superação que Nelson parecia ter previsto.
Eu estava no Fluminense 1 x 0 Cruzeiro dentro do Maracanã, quando o tricolor foi e pisou pela primeira vez a liderança. Eu vi, e ali enxerguei que sim, a liderança poderia balançar mas cairia em nossas mãos.
Mas hoje, ah, hoje Nelson confirmou o que anjos do futebol sussurraram em sua maquina de escrever após o triunfo de 69: "Passamos toda a jornada com um passarinho em cada ombro e as duras e feias sandálias nos pés. Mas o Fluminense é o campeão."
Que assim seja sempre. Mesmo que as custas da minhas e das lagrimas de muitos tricolores!
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